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Texto - O primogênito

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Mensagem por Hades Qui 24 Jan 2013, 04:02



O primogênito.


– Dedicado a Cassius Bellasco.

15 de Julho, 03:00h AM.

A distancia não chegava a incomodar, mas a curiosidade não deixava de reinar no Deus conhecido por ser o mais temido pelos mortais, naquela madrugada o seu herdeiro meio-humano estava para nascer, sentia a presença dele, desde que o concebeu no ventre de sua mãe.
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Angelicce Bellasco
Sorridente de cabelos loiros e lisos, curtos estilo Chanel, diferente de Perséfone, a juventude beirando os 20 anos da moça, chamara sua atenção, sem contar com o cheiro de pêssego e o amável humor intrigante, somado ao sorriso tímido que mostrara ao Deus dos mortos, enquanto pedalava a sua bicicleta em uma tarde de sexta feira. O que o mesmo fazia ali aquela tarde? Nem ele mesmo lembrava, pois tornara-se menos importante do que aquela figura que afastava-se, então apressadamente ele sobe em sua Thunderbird Storm e vai atrás do que agora parecia um ponto loiro na calçada.


Tudo o que menos ela precisava era de dinheiro, Ange, como ele a chamava pertencia a uma das famílias mais ricas da Europa e ela havia sido enviada para estudar Teologia em uma universidade de renome norte americano, curiosamente ela era filha única, com um futuro brilhante tal que para o desespero dos pais da mesma, fora desviado por um... como diziam? “ricaço desconhecido que roubara a minha filha”



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Das três semanas que a jovem estava em solo americano, duas estava em companhia do Deus, sabendo a situação dele e aceitando a realidade de te-lo parcialmente.O Deus investiu em um restaurante francês para a mesma, que passava os dias ali, administrando-o, e o tempo que sobrava, desfrutava da companhia do mesmo, que apesar de pouca, era o suficiente para abandonar a tudo e esperar o próximo encontro.

Nas semanas seguintes a ausência do deus fora muito notada pela jovem, a sua espera era interminável no terraço do apart-hotel que dividiam em seus encontros, meses passavam-se e a confirmação de uma gravidez veio a tona, trazendo para ela inúmeras perguntas e ao mesmo tempo felicidades. O ventre protuberante destacava-se no macacão de jardineira que ela usava no dia em que decidira sair com a sua velha bicicleta alaranjada para comprar flores decorativas para o restaurante, quando o talvez não imaginado acidente ocorrera.

Tudo aconteceu muito rápido, e a bicicleta agora jazia em baixo das rodas de um ônibus que descontrolado invadira a calçada, e Ange era encaminhada as pressas para a UTI de um hospital qualquer, sem identificação e tempo para delongas, afinal a vida de uma criança estava em jogo uma vez que não havia mais o que se fazer pela mãe.




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O homem de preto que espiava pelo vidro da UTI neo natal poderia ser facilmente confundido com a morte, que viera buscar aquela criança de olhos negros que apesar de tudo o que passara, conseguira sair com vida do corpo desfalecido de sua genitora, porém o que todos não imaginavam era que ele era realmente a morte em pessoa, mas que o observaria, não para leva-lo aos seus reinos de sombras, mas sim mante-lo vivo, para um dia leva-lo para o império que ele serviria como general.

Dois dias depois de uma ligação feita, Octábius e Kendra Bellasco adentraram a maternidade, levando consigo e registrando seu neto, completamente diferente dos notáveis cabelos platinados da família, Seu nome ficou Cassius Bellasco, o bebê de cabelos negros e olhos da mesma cor, que sustentava um terrível rebeldia com brinquedos, que eram frequentemente arremessados nas babás. No entanto, seu desenvolvimento era ligeiro, aprendendo a falar e a andar antes de qualquer bebê normal.

Até hoje ninguém da família consegue descobrir como Cassius aos seus 6 anos de idade conseguira sair ileso de uma queda do quarto andar de um prédio em chamas, longa história que tem dedo de monstros e o Deus do submundo amortecendo sua queda.

A cada ano que se passava, o Deus via mais de si naquela criatura semi-deusa e não eram as tatuagens de chiclete que frequentemente enfeitavam seu braço dando uma imagem de durão, mas sim seu jeito sorrateiro e teimosia frequente. Apesar de frequentemente respondidos de forma malcriada e ignorados nos jantares de família, os avós de Cassius fizeram tudo para garantir sua segurança, levando-o para o campo, onde moravam na extensa mansão luxuosa que o jovem tanto odiava.

Até um dia, em que toda sua família se fora.

Não foi desastrosamente que seus avós partiram, foi o mais simples possível, um dia se recolheram para dormir e não acordaram, ambos, o que era mais incrível. E no mesmo dia do enterro, um assistente social batera em sua porta, geralmente eram mulheres, mas dessa vez era um cara de aparência estranha.

Cassius não era burro de não desconfiar, ele era simplesmente o órfão mais rico de toda a europa, os olhos se voltavam para o garoto de cabelos escuros, o que dificultava ainda mais a viagem para o acampamento, que foi turbulenta.

Para ele, ser sozinho era fichinha perto de saber que tem um pai Deus, ou seja, não era sozinho, porem não sabia quem era seu pai, o que o deixava ainda mais sozinho. Na sua não tão humilde concepção, filhos de Ares era idiotas demais, se fosse um deles, bateria na maioria, o que não daria certo. Filhos de Atenas eram egocêntricos demais, teriam discussões homéricas, não poderia ser filho de Zeus, afinal não dava para ser o herói estilo capitão américa, mas também não se encaixava nos padrões de Hermes, só restava ficar por ali, vagante.

Cassius não sabia qual cara era mais feia dos garotos e garotas que olhavam para o topo de sua cabeça no jantar, apenas dois dias de acampamento e ele já havia sido reclamado nada mais nada menos que um dos três grandes.Ele? O garoto magricela e pálido que parecia ser desnutrido? Sem saber a grandiosidade da situação, ele apenas agradeceu por não ter que dividir a sua comida com todos os deuses, uma vez que não sabia quem era seu pai.

Ele descobriria mais cedo ou mais tarde, como aconteceu após a sua primeira viagem de férias para o reino de seu pai, mas isso é outra história e não precisarei narrar
[...]


Por: Hades, senhor do submundo.





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