Portão do submundo - Segunda Parada (obrigatório)

O choque passara, o encapuzado voltava pelo mesmo rio de lamentações pelo qual te trouxera. As almas ao seu lado tomavam seu rumo sem pestanejar, mas você parou naquele topo de colina, levantando a cabeça e quase caindo naquele lago, onde as almas lhe chamavam, pediam socorro e gritavam de dor e angústia. Na base daquele local estava o maior cão que você já viu. As suas três cabeças babavam, seus seis olhos eram pura severidade e raiva. Por entre suas pernas a fila de mortos chegava ao pequeno local onde estavam os três juízes. Éaco e Radamanto não eram visíveis, mas em um trono mais elevado estava Minos, a visão do Juiz deixava mole as suas pernas. Passando por ele a fila se dividia em três e parava pouco depois, cada uma em um dos três campos. Os dois primeiros vistos eram tão horríveis, que a visão dos Elísios era desconcertante. Muito mais distante, passando pelo imenso Asfódelo, por um grande buraco negro que sugava a pouca luz, estava uma elevação, onde um belíssimo e fúnebre jardim guardava um magnífico portão negro, o Castelo de Hades, de mármore negro, não exibia detalhes para quem estava tão longe, mas sua aura de beleza e de trevas preenchia a alma de qualquer um.